SONETO DE LUZ E ESCURIDÃO

Quando, menina, a luz do sol te assiste
E teu belo olhar límpido e discreto
Volta-se para mim tão cheio de afeto
Vejo o quanto meu ser ainda é triste.

Epicuro disse algo muito certo
Quando em um desejo se insiste
A amargura no peito assim persiste
É estar perdido meio a um deserto.

Inda que de teus olhos eu tivesse
Pelo menos, menina, a intensa luz
Ou a lira que teu riso me traduz

Seria como se eu jamais pudesse
Viver e despertar dessa saudade
Dos bons tempos de minha mocidade.


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