Eu sou de abril; ela, do mês
de outubro
Somos de signos muito
diferentes
Ela gosta do branco, já eu,
do rubro
Sou Lua cheia; ela, quarto
crescente.
E num gesto inesperado
descubro
Que mesmo em distância latente
Num mistifório louco e alvirrubro
Encontram-se estrelas
divergentes.
E desse lado oculto de um desejo
Brota suavemente aquele
enredo
Talvez desenriçado do Destino
Que desvendou o velho bom segredo
E num pálido olhar tão
repentino
Renasce a razão pela qual versejo.